
Se você corre e nunca ouviu falar em “Cadência na Corrida”: tudo bem. Se você corre e não sabe qual a sua cadência na corrida: tudo bem também.
A ideia deste post é fazer com que você não seja contra (ou saia por aí criticando) algo que você ainda não saiba, não leu, não estudou.
Cadência nada mais é do que o número de passos que um corredor dá durante um minuto. Ela é importante porque a partir dela podemos manipular alguns componentes da corrida como: comprimento de passada, tipo de contato inicial com o solo (calcanhar, meio-pé, ante-pé), força de impacto, extensão de quadril etc… fazendo com que o corredor diminua seu gasto energético e assim, melhore sua performance.
Corredores amadores tem uma cadência entre 140- 160, já corredores profissionais conseguem manter uma cadência em torno de 180 – 200 (ou mais!!). E o grande desafio de nós corredores/treinadores/profissionais da área, é fazer com que o nosso aluno/atleta aumente sua cadência natural, com o objetivo único de se auto-preservar.
A sugestão científica em relação à frequência de passo é um aumento em 10% da frequência de passos que o corredor já utiliza de forma confortável. Este ajuste levará a uma diminuição do comprimento da passada, além da diminuição da sobrecarga nas articulações dos joelhos, quadril, além de uma diminuição no ângulo de flexão de joelho, como foi observado por Heiderscheit e colaboradores (2011) em um estudo com 45 corredores amadores. Já Schubert e colaboradores (2014) revisaram 10 artigos e também concluíram que o aumento da frequência da passada (diminuição do comprimento do passo) diminui a oscilação vertical, a força de reação do solo e energia absorvida em tornozelo, joelho e quadril. Segundos esses autores esses ajustes parecem reduzir vários fatores biomecânicos que são associados as lesões em corredores.
Pronto, agora você pode decidir se isso tem a ver ou não com você.
Por: Dra Valéria Duarte Garcia
Referência:
Heiderscheit e colaboradores (2011). Effects of Step Rate Manipulation on Joint Mechanics during Running. Med Sci Sports Exerc.
Schubert e colaboradores (2014). Influence of stride frequency and length on running mechanics: a systematic review.Sports Health
Willy e colaboradores (2015). In-field gait retraining and mobile monitoring to address running biomechanics associated with tibial stress fracture